(Sobre o enigma de ser gente num mundo.)
Sou de estradas,
Na mesma proporção que sou de
Estadas.
Em opostos,
Ou crio casa, filhos, medos...
Ao pé do fogão a lenha.
Ou pego mochila e cabeça
E vou indo.
Junto, sei que sempre terei
O lugar para onde voltar,
Meu lar de nascença,
Guardado no peito da noite,
Sempre no breu,
Sempre no raiar do sol levantando
As neblinas da madrugada.
Mas os pés são esses que fitam
A poeira da estrada e desejam o caminhar
Caminhando-se.
Sou de partidas e chegadas.
Pares estando juntos no peito.
Mas a constância, ah essa constância,
Sou de intensidade e mulher-formiga
Carregadora de segredos, minúcias, mudanças,
Amores, dores, angústias, felicidades, tonteamentos,
Atordoamentos, explosões, implosões...
Minhas liberdades me libertam
E me aprisionam,
Sou mais selvagem do que gente,
Mais gente do que gente,
Mais voz do que viola.
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