Vozes me chegam
Há muito a ser feito,
Pouco tempo para tão pouco.
Elas me falam das desilusões,
Dos percauços,
Das dificuldades de ser mundo no ser humano.
Peço que se acalmem,
Carregamos: seres de cargas que somos,
Co-carregamos: seres de outros que tentamos construir.
Corremos feito corregos que acabaram de nascer e descem
Encostas com a pressa que só as crianças sabem ter.
Pois, digo aqueles que me sabem e se cabem:
Que depois de uma tempestade cuidem para que
Venha a calmaria,
Que ao descer ladeiras
Pressintam a queda e escolham
Com ciencia se querem cair ou não.
Que ao subir escadas
Conheçam pacientemente todos os degraus
Para uma descida melhor e um caminho
Mais real.
Que ao falarem do outro,
Incluam em sua boca e mente,
Metade de você...
Dentro e fora
Hoje, choveu em mim...
Por fora e por dentro.
Fez-me toda sensações
E me parece cada vez mais que estou
Rompendo-me por dentro.
Minhas represas rangem,
Sinto que logo serei uma inundação
Enchendo os espaços,
Lavando os pesadelos,
E depois escoando lentamente,
Deixando a terras internas
Prontas para um novo florescer.
Amanhã,
Sinto que haverá primavera,
Por dentro e por fora.
Por fora e por dentro.
Fez-me toda sensações
E me parece cada vez mais que estou
Rompendo-me por dentro.
Minhas represas rangem,
Sinto que logo serei uma inundação
Enchendo os espaços,
Lavando os pesadelos,
E depois escoando lentamente,
Deixando a terras internas
Prontas para um novo florescer.
Amanhã,
Sinto que haverá primavera,
Por dentro e por fora.
A quem procura a garantia
Quem garante que a
Linha do horizonte segrega
O mar do céu?
A infinidade azul se
Funde na luz que procura dentro de nós
Assegurar os pés para a frente.
Como os países que são separados pela imaginação.
O que é certo quem pode garantir?
Humanamente o capital
Pede seguro, um seguro.
Do homem até mesmo
O sentimento oscila.
A certeza de quem consente
Caminhando mesmo sem conhecer para onde.
E abre as verdades com passos
E planta para outros que talvez virão...
É certo, é paradoxalmente certo
Que as estrelas hão de morrer.
O segredo do que se expande
É que a morte é a semente.
Mira A. Diniz
20/07/07
Angu, Tia! Angu.
E agora? Que faço eu...
É entrei na porta errada,
A casa não era minha.
Estou presa.
Com pressa e fome de
Luz. Estou triste.
E o peito se desfaz em
Temores vãos...
E agora, tia?
Vai me servir angu?
É entrei na porta errada,
A casa não era minha.
Estou presa.
Com pressa e fome de
Luz. Estou triste.
E o peito se desfaz em
Temores vãos...
E agora, tia?
Vai me servir angu?
Poema de uma linha só
Penso que o maior desafio da humanidade é agir como fala, falar como pensa e pensar como age.
Estrada
(Sobre o enigma de ser gente num mundo.)
Sou de estradas,
Na mesma proporção que sou de
Estadas.
Em opostos,
Ou crio casa, filhos, medos...
Ao pé do fogão a lenha.
Ou pego mochila e cabeça
E vou indo.
Junto, sei que sempre terei
O lugar para onde voltar,
Meu lar de nascença,
Guardado no peito da noite,
Sempre no breu,
Sempre no raiar do sol levantando
As neblinas da madrugada.
Mas os pés são esses que fitam
A poeira da estrada e desejam o caminhar
Caminhando-se.
Sou de partidas e chegadas.
Pares estando juntos no peito.
Mas a constância, ah essa constância,
Sou de intensidade e mulher-formiga
Carregadora de segredos, minúcias, mudanças,
Amores, dores, angústias, felicidades, tonteamentos,
Atordoamentos, explosões, implosões...
Minhas liberdades me libertam
E me aprisionam,
Sou mais selvagem do que gente,
Mais gente do que gente,
Mais voz do que viola.
Sou de estradas,
Na mesma proporção que sou de
Estadas.
Em opostos,
Ou crio casa, filhos, medos...
Ao pé do fogão a lenha.
Ou pego mochila e cabeça
E vou indo.
Junto, sei que sempre terei
O lugar para onde voltar,
Meu lar de nascença,
Guardado no peito da noite,
Sempre no breu,
Sempre no raiar do sol levantando
As neblinas da madrugada.
Mas os pés são esses que fitam
A poeira da estrada e desejam o caminhar
Caminhando-se.
Sou de partidas e chegadas.
Pares estando juntos no peito.
Mas a constância, ah essa constância,
Sou de intensidade e mulher-formiga
Carregadora de segredos, minúcias, mudanças,
Amores, dores, angústias, felicidades, tonteamentos,
Atordoamentos, explosões, implosões...
Minhas liberdades me libertam
E me aprisionam,
Sou mais selvagem do que gente,
Mais gente do que gente,
Mais voz do que viola.
Impressões
Hoje fui ao cemitério. Eu sempre gostei de ir a cemitérios. Eles representam um lugar calmo e silencioso em meio ao caos das cidades. Seja pelo pequeno número de pessoas que lá vão, seja pelo respeito involuntário que faz com que as proximidades fiquem quietas a maior parte do tempo. Sempre foi como entrar em outro mundo. A maioria das vezes que fui a cemitérios, todas exceto por ocasião de enterros, eu estava em meus passeios de final de tarde de bicicleta. Antes eu apenas passava por lá, depois que meu avô materno morreu passei a procurá-lo por entre as lápides. Nem sempre achava seu túmulo. Penso que ele se escondia de mim quando achava que eu ia importuná-lo com minhas reflexões a cerca da vida e apesar da paciência de pescador que foi, imagino que tinha dias que gostava da solidão e da quietude. Confesso que aquelas milhares de plaquinhas com nome de estranhos também não me ajudavam.
Com o tempo ao observar as raras pessoas que encontrava por acaso no cemitério criei uma teoria. As pessoas estavam sempre com expressões de reverência como se fosse encontrar com seus santos milagreiros e em geral eram idosas mulheres. Se encontrei durante os meus passeios no cemitério 3 ou 4 homens, foi muito. Sempre encontrei os homens idosos na porta de suas casas sozinhos, olhando o movimento com olhos de ânsia, tinha a impressão que estavam esperando que alguém parasse para que eles contassem suas façanhas da juventude e perguntassem sobre o mundo. Nunca parei. Sempre acenei a eles com sorrisos e balançadas de cabeça, como nos velhos tempos. Aos domingos á tarde, sejam nos cemitérios ou nas calçadas, senhores e senhoras tomam conta de tudo. A velhice solitária deve ser um eterno domingo à tarde sem chuva, quente e invariavelmente parado e melancólico.
Mas vamos à teoria dos cemitérios: nos cemitérios todos são santos. Não importa o quão ruim se foi em vida a morte, para quem a teme, torna os piores homens santos, com seus túmulos gravados e ossos sob a terra. Penso que até mesmo monstros da humanidade seriam tratados como santos se lhes mudassem o nome da plaqueta. Que importa se seus nomes não fossem santificados seus ossos continuariam sendo. Os cemitérios são uma tentativa de não esquecimento. Uma forma de ser eterno aqui na terra. Mesmo para estranhos, como eu que passam por lá a procura de outras respostas, que não suas vidas. A pedra, os ossos e as plaquetas comprovam que houve a existência daquela pessoa. Eu mesma sempre lia vários nomes de gente que morreu há décadas, eram eternas para mim com seus ossos sob meus pés.
Decidi, há algum tempo que não quero ser enterrada, não quero plaqueta, nem pedra sobre mim. Quero ser queimada e que minhas cinzas, que não passarão de cinzas, sejam jogadas em qualquer lugar. Não quero um monumento sob meu nome. Se um dia e só se um dia eu for lembrada não quero que seja pela pedra moldada pelo homem, que seja pela pedra selvagem que se lembrará de mim porque um dia eu estive lá subindo montanhas e atravessando rios. Se um dia eu for lembrada nessa terra quero que seja pela sensibilidade, pela poesia que eu tanto amo. Não preciso nem de livros em meu nome, que sejam apenas livros. Aprendi e pretendo aprender cada vez mais que sou ínfima diante da grandiosidade e que ser ínfima não é ruim, ser parte do todo é como ser o todo e, portanto não se deve temer o esquecimento. Deve-se temer a mediocridade, o medo do medo (porque temer é humano), os preconceitos, a incapacidade de morrer quando há necessidade, a imobilidade, o cativeiro que às vezes nos colocamos por medo da dor e da decepção, o desamor, o apego, a rigidez e o endurecimento...
Sentir-se livre às 4 horas da tarde com o vento batendo no rosto, é como ser Deus. Descobri uma paixão e como todas as minhas paixões imagino que essa vá durar pela vida inteira. É o mesmo sentimento de quando pego papel e caneta e posso divagar em minhas próprias idéias de liberdade, de beleza, da condição de ser humano, de qualquer coisa que me venha à mente sob uma visão nova e posso colorir o mundo com as cores que me apetecem, com cores de vento, sol, fogo, cores com gosto de chuva e vida e pequenas plantas que nascem nas florestas. Esse mesmo prazer eu descobri em subir montanhas e caminhar... ”A estrada é um lugar perigoso, você bota seus pés nela e não sabe onde eles podem chegar.” É a liberdade, de se sentir parte de tudo e perceber que mesmo sendo pequeno perante a grandiosidade da natureza e do tempo você é grande. Muito grande... Infinito. Quem sobe montanhas nunca mais é o mesmo, não é possível ser a mesma pessoa,é como uma revelação, tudo que se pensa ser some, é um dos raros momentos em que se pode ampliar a vida e sentir que existir é simplesmente bom, é ter certeza que é preciso essa liberdade muito mais do que das nossas velhas convenções...
Se perguntar palavras que poderia dar de conselho a uma pessoa são: suba uma montanha, sente-se na frente do mar para ver o sol raiar e o sol se por, pelo uma vez pare se enganar que esta se escutando e se escute e quando achar que as coisas estão difíceis e que aquele ponto é seu último, feche os olhos respire fundo e lembre-se do vento e da sensação de estar lá no topo depois de horas de caminhada. Liberte-se.
Mira A. Diniz
27/07/08
Com o tempo ao observar as raras pessoas que encontrava por acaso no cemitério criei uma teoria. As pessoas estavam sempre com expressões de reverência como se fosse encontrar com seus santos milagreiros e em geral eram idosas mulheres. Se encontrei durante os meus passeios no cemitério 3 ou 4 homens, foi muito. Sempre encontrei os homens idosos na porta de suas casas sozinhos, olhando o movimento com olhos de ânsia, tinha a impressão que estavam esperando que alguém parasse para que eles contassem suas façanhas da juventude e perguntassem sobre o mundo. Nunca parei. Sempre acenei a eles com sorrisos e balançadas de cabeça, como nos velhos tempos. Aos domingos á tarde, sejam nos cemitérios ou nas calçadas, senhores e senhoras tomam conta de tudo. A velhice solitária deve ser um eterno domingo à tarde sem chuva, quente e invariavelmente parado e melancólico.
Mas vamos à teoria dos cemitérios: nos cemitérios todos são santos. Não importa o quão ruim se foi em vida a morte, para quem a teme, torna os piores homens santos, com seus túmulos gravados e ossos sob a terra. Penso que até mesmo monstros da humanidade seriam tratados como santos se lhes mudassem o nome da plaqueta. Que importa se seus nomes não fossem santificados seus ossos continuariam sendo. Os cemitérios são uma tentativa de não esquecimento. Uma forma de ser eterno aqui na terra. Mesmo para estranhos, como eu que passam por lá a procura de outras respostas, que não suas vidas. A pedra, os ossos e as plaquetas comprovam que houve a existência daquela pessoa. Eu mesma sempre lia vários nomes de gente que morreu há décadas, eram eternas para mim com seus ossos sob meus pés.
Decidi, há algum tempo que não quero ser enterrada, não quero plaqueta, nem pedra sobre mim. Quero ser queimada e que minhas cinzas, que não passarão de cinzas, sejam jogadas em qualquer lugar. Não quero um monumento sob meu nome. Se um dia e só se um dia eu for lembrada não quero que seja pela pedra moldada pelo homem, que seja pela pedra selvagem que se lembrará de mim porque um dia eu estive lá subindo montanhas e atravessando rios. Se um dia eu for lembrada nessa terra quero que seja pela sensibilidade, pela poesia que eu tanto amo. Não preciso nem de livros em meu nome, que sejam apenas livros. Aprendi e pretendo aprender cada vez mais que sou ínfima diante da grandiosidade e que ser ínfima não é ruim, ser parte do todo é como ser o todo e, portanto não se deve temer o esquecimento. Deve-se temer a mediocridade, o medo do medo (porque temer é humano), os preconceitos, a incapacidade de morrer quando há necessidade, a imobilidade, o cativeiro que às vezes nos colocamos por medo da dor e da decepção, o desamor, o apego, a rigidez e o endurecimento...
Sentir-se livre às 4 horas da tarde com o vento batendo no rosto, é como ser Deus. Descobri uma paixão e como todas as minhas paixões imagino que essa vá durar pela vida inteira. É o mesmo sentimento de quando pego papel e caneta e posso divagar em minhas próprias idéias de liberdade, de beleza, da condição de ser humano, de qualquer coisa que me venha à mente sob uma visão nova e posso colorir o mundo com as cores que me apetecem, com cores de vento, sol, fogo, cores com gosto de chuva e vida e pequenas plantas que nascem nas florestas. Esse mesmo prazer eu descobri em subir montanhas e caminhar... ”A estrada é um lugar perigoso, você bota seus pés nela e não sabe onde eles podem chegar.” É a liberdade, de se sentir parte de tudo e perceber que mesmo sendo pequeno perante a grandiosidade da natureza e do tempo você é grande. Muito grande... Infinito. Quem sobe montanhas nunca mais é o mesmo, não é possível ser a mesma pessoa,é como uma revelação, tudo que se pensa ser some, é um dos raros momentos em que se pode ampliar a vida e sentir que existir é simplesmente bom, é ter certeza que é preciso essa liberdade muito mais do que das nossas velhas convenções...
Se perguntar palavras que poderia dar de conselho a uma pessoa são: suba uma montanha, sente-se na frente do mar para ver o sol raiar e o sol se por, pelo uma vez pare se enganar que esta se escutando e se escute e quando achar que as coisas estão difíceis e que aquele ponto é seu último, feche os olhos respire fundo e lembre-se do vento e da sensação de estar lá no topo depois de horas de caminhada. Liberte-se.
Mira A. Diniz
27/07/08
Elogio ao tempo
Há tempos não
Podia sentir tão desregradamente.
Tão livre o frio da espinha.
Há tempos não me era
Permitido esse longo mergulho
No mar.
Fundindo-me como se fosse
Feita do azul que fica no horizonte.
Há tempos não sentia o céu,
Meu teto mais preciso,
E no calor um lugar bom de se encontrar.
Há tempos o mundo não
Presenteava, não tornava
Quase que orgânica essa coisa
De sentir-se no outro que se sente em mim.
Há tempos a queda não era tão longa,
E o flutuar tão leve.
E as palavras tão precisas.
Há tempos...
Por isso, faço aqui um agradecimento
Público ao tempo em que estou contida.
Agradeço aos caminhos de agora e aos caminhos
Futuros, mesmo que se distanciem,
Terão neles esse paladar contido no
Gosto do amanhã.
Podia sentir tão desregradamente.
Tão livre o frio da espinha.
Há tempos não me era
Permitido esse longo mergulho
No mar.
Fundindo-me como se fosse
Feita do azul que fica no horizonte.
Há tempos não sentia o céu,
Meu teto mais preciso,
E no calor um lugar bom de se encontrar.
Há tempos o mundo não
Presenteava, não tornava
Quase que orgânica essa coisa
De sentir-se no outro que se sente em mim.
Há tempos a queda não era tão longa,
E o flutuar tão leve.
E as palavras tão precisas.
Há tempos...
Por isso, faço aqui um agradecimento
Público ao tempo em que estou contida.
Agradeço aos caminhos de agora e aos caminhos
Futuros, mesmo que se distanciem,
Terão neles esse paladar contido no
Gosto do amanhã.
Sal da idade
É essa coisa que sente meio dormente,
Um pouco atordoada.
E o peito salgado aperta
O ar indo e vindo.
Vindo com calma e
Indo suspirado.
A largas braçadas
Vamos nadando da praia
Para mar aberto.
Começas nos pés e vai subindo...
Enquanto tivermos braços,
Vai bem.
Depois, é só perigo de se
Afogar...
Encolhidos no colo do mar,
Cheio de Sal da idade
É provável que haja só sono,
Memória e um pouco
De vaidade.
Um pouco atordoada.
E o peito salgado aperta
O ar indo e vindo.
Vindo com calma e
Indo suspirado.
A largas braçadas
Vamos nadando da praia
Para mar aberto.
Começas nos pés e vai subindo...
Enquanto tivermos braços,
Vai bem.
Depois, é só perigo de se
Afogar...
Encolhidos no colo do mar,
Cheio de Sal da idade
É provável que haja só sono,
Memória e um pouco
De vaidade.
Em boa hora
Olhei nos olhos de uma criança esses dias, coisa perigosa a se fazer. As criança ainda carregam olhos sem dissimulação desse mundo de destroços para muitos. Ela estava tentando vender panos de prato para os ocupantes das mesas de um bar, um bar em que a conta não vai dar menos que cem reais.
Primeiro, olhei os gesto pequenos, envergonhados, atordoados, era uma menina, seu rosto estava sujo e os cabelos desgranhados. Depois, olhei o saco cheio de panos de prato e juro que quis abaixar a cabeça e fechar os olhos. Mas, como posso me acovardar diante de tamanha crueldade. Então, olhei os olhos e sorri. Um sorriso triste, talvez não devesse ter sorrido, parece-me agora inoportuno e desumano. Deveria ter abraço seu pequeno corpo. Por fim acho que me acovardei, fazendo daquele sorriso uma pequena catarse, sim! agora fiz minha parte, que parte? Que tristeza. E sensação de impotência perante esse mundo. E assim aqui escrevendo essa tristeza, penso em quão estúpida ela pode ser, se eu me sinto impotente imagina aquela criança, o que ela sente e apaga...
Daí ouvi uma daquelas excelentes considerações do senso comum, de um ocupante da mesa, vestido com um terno barato, um sapato caro e carregando um celular de ultima geração: o pai que faz isso deveria ser preso! BRILHANTE! Pobreza nesse país é mesmo caso de polícia. E nós? Aqui com nossas vida pequeno burguesas. Da vontade de sentar na mesa e dizer: olha meu filho, é cruel, esse pai realmente deveria ser educado, visto como uma pessoas, deveria não reproduzis o ciclo de crueldades, mas me diz qual é a condição objetiva que essa criatura tem? Você já não teve o que comer um dia? Você foi sistematicamente humilhado durante a vida toda em razão da sua classe ou cor ou vestimentas?.... Um discurso, mas só um discurso. É fácil sentir esse tipo de revolta, devotar a ira para aquele homem medíocre como somos em geral. É fácil também fechar os olhos para essa menina. E outras meninas e outros meninos e outros homens e outras mulheres... É fácil! Mas olhá-los e fazer da tristeza, desse sentimento de mundo drumondiano, uma espécie de catarse também é fácil. Olha, quando digo, não quero desrespeitar a subjetividade de ninguém, sinceramente, as vezes mesmo com esse sentimento não somo aptos a fazer alguma coisa, mudar alguma coisa no mundo externo. Tenho usado essa metáfora repetidamente em conversas com amigos e agora escrevo. Tomei o comprimido vermelho, quem me dera ter tomado o azul... Agora é isso, essa sensação, esse eterno e irremediável doer, diante da racionalidade moderna, diante do mundo, diante de mim mesma, diante de tantos inumeráveis absurdos congénitos, que nasceram com essa merda de concepção de Estado, Economia, Sociedade, Subjetividade...Blá blá blá...
E as vezes, muitas vezes, dá uma vontade de desaparecer, uma vontade de desligar por 5 minutos, 5 míseros minutos da consciência de sabe vivo nesse mundo. E as vezes, várias vezes, dá uma angústia sem tamanho, imaginar o futuro, fazer planos sejam quais forem. E as vezes, dá vontade de largar tudo e se jogar na vida sem nada. Sem todas essas coisas, objetos, sem nada...
Mas daí, eu penso qual o meu direito real de fazer isso? E o sentimento de responsabilidade para com o mundo me vem e penso que só tenho o direito real de ser feliz com as minhas dores, veja bem, como se esconder atrás delas, se vemos e sentimos somos responsavéis, não mudaremos o mundo, mas podemos ao menos tentar e sem grandes planos mirabolantes ou gigantescos, um passo de cada vez no cotidiano. Sem virar as costas... Aceita os pesares, como diz uma sábia amiga, cada um tem a caçamba do caminhão do tamanho que aguenta. Desabafo. Porque acabei de me lembrar da menina, quando via um vídeo de violência policial, social....
Se meus pés são esses, aceito-os e caminho com eles e aconselho que façam o mesmo, os que tomaram a pílula vermelha. Ser feliz é um dom raro e eu garanto queridas e queridos ele vem junto na pílula com as tormentas e olhos doidos e doídos...
Aos que tem fome
Antes de mais nada ouvirão dizer
Que se acalmem ele vem logo, logo
Para alimentá-los.
Depois, de algum tempo perguntarão
De que é a fome que tem vocês?
Vocês responderão:
De comida, mas não só, de
Luz e música,
De encenações em palcos,
De danças da meia-noite.
Eles anotarão tudo, indiferentes ao conteúdo,
E dirão, logo logo viremos alimentá-los.
E alguns meses, voltarão:
Com cavalarias e tropas.
E dirão quase que gritando,
Que vocês devem deixar esse pedaço de chão.
Vocês se levantarão atordoados.
Pensando na ruindade do homem.
Suas casas serão derrubadas,
Seus filhos machucados,
Suas infimas e desejosas
Crenças em um futuro
Distante, creio que se irão.
Que se acalmem ele vem logo, logo
Para alimentá-los.
Depois, de algum tempo perguntarão
De que é a fome que tem vocês?
Vocês responderão:
De comida, mas não só, de
Luz e música,
De encenações em palcos,
De danças da meia-noite.
Eles anotarão tudo, indiferentes ao conteúdo,
E dirão, logo logo viremos alimentá-los.
E alguns meses, voltarão:
Com cavalarias e tropas.
E dirão quase que gritando,
Que vocês devem deixar esse pedaço de chão.
Vocês se levantarão atordoados.
Pensando na ruindade do homem.
Suas casas serão derrubadas,
Seus filhos machucados,
Suas infimas e desejosas
Crenças em um futuro
Distante, creio que se irão.
Soluços
(Prece feita por duas criaturas que estão no escuro)
Não te desesperes.
Por que não?
Tudo está seco, eu sei. Mas tudo pode ser
Úmido. Toca meu ventre, vês?
Está úmido de ti.
Se houver vida é morte, se não houver, é nada.
De que adianta? Passa!
Olha, não posso te dar vida, posso dizer que
Sei transitar entre a vida maravilhada e a morte mais profunda.
Se queres vem comigo, porque sou de partida.
Não há luz.
Quem precisa dela?
Não há caminhos.
Trouxemos os nossos pés.
Não há...
Shihhh....
Não te desesperes.
Por que não?
Tudo está seco, eu sei. Mas tudo pode ser
Úmido. Toca meu ventre, vês?
Está úmido de ti.
Se houver vida é morte, se não houver, é nada.
De que adianta? Passa!
Olha, não posso te dar vida, posso dizer que
Sei transitar entre a vida maravilhada e a morte mais profunda.
Se queres vem comigo, porque sou de partida.
Não há luz.
Quem precisa dela?
Não há caminhos.
Trouxemos os nossos pés.
Não há...
Shihhh....
Nostalgia Gratuita
Não sei, esses dias tenho tido essa saudade doída de tempos passados. Não é uma negação do presente ou do futuro, é uma espécie de reconhecimento como se revisse os dias e noites passados, os amores, os amigos que se perderam nas bifurcações da estrada e aqueles seres que se encontram novamente ao meu lado para podermos sentar e lembrar, juntos, rindo da vida como ela era, rindo da vida como ela é, planejando, por fim, novos futuros, diferentes dos planejados anteriormente. Tanto que pode ser dito, desdito, redito e essa coisa no peito. Que na mesma medida que preenche, esvazia o peito. Porque nostalgia e saudade não tem razão de ser racionalmente, se aproximam muito do amor nesse sentido. Alegrias, tristezas, raivas parecem, a princípio mais localizáveis por dentro. Mas saudade... Conheço a causa: a ausência física. Tenho saudade daquilo que não posso ver nem tocar agora, a não ser com a memória, sempre duvidosa. É isso. Mas daí, olho o mundo ao lado, continua, em termos, o mesmo! Podemos criar novos espaços, mesmo que seja difícil e uma batalha constante. Podemos esperar, planejar, construir, transformar... mas nada disso, aplaca essa coisa no peito, que chamamos saudade. Um jeito luso de dizer o que sentimos. I miss you, não é necessariamente um vocábulo, mas exprime algo, acho até bonito, mas saudade (Ah!), essa parece que vai fundo e revolta por dentro e saí assim na forma de longos suspiros. O mais estranho, que sinto em relação a memória que causa saudade, é que quando lembramos, é como se todo o tempo que vivemos coubesse dentro do peito. Mas, o tempo em que vivemos o passado lá ficou quieto e nunca poderemos estar de novo. O que vai e volta é a memória e nada mais. Não sei parece óbvio, mas é algo assustador, para mim, pensar que o tempo que vivi (que já é muito mais do que consigo conceber racionalmente), cabe dentro do agora, através de uma imagem saudosa ou de um cheiro guardado nas roupas, nos lençóis e por incrível que pareça na memória. Já esteve com tanta saudade de alguém que sentiu o cheiro da pessoa ou de uma situação no ar como uma materialização do que sentimos? Alguns dirão sobre o espaço, o infinito, a metafisica, a religião, os vários caminhos cerebrais possíveis, mas isso não explica compreende? Não explica da maneira como estamos condicionados a receber explicações... entende? Acho que estou sendo confusa e óbvia. A obviedade sempre me causou espanto, mas pode ser que se perca a poesia e o porque de escrever quando se escreve sobre o óbvio.
Enfim, estou com essa sensação de nostalgia, saudade gratuita, ao mesmo tempo não desejo voltar no tempo, fazer firula, gosto do tempo que vivo, gosto do meu agora pessoas, não idolátro o passado, só me deixa extremamente curiosa a forma como pensamos memórias e o reconstruímos, concomitantemente com fato de que o transformamos em agora, o agora saudade!
Racionalmente poderia deixar para lá, não me preocupar, mas o absurdo dessa coisa toda me bate na cara e quando olho uma foto de quando eu tinha, sei lá 4 meses de idade, sorrindo com os mesmo olhos. Me pergunto onde foi que estou diferente, se o sorriso e os olhos são os mesmo... chego a conclusão que o tempo que passou, vive por dentro, mas como se estamos condicionados a separar, classificar... como?
Voz baixa
Minha voz está baixa,
Quase inaudível,
Quando te falo ao pé do ouvido.
Minha voz sussurra,
Se mais alta não caberia.
Seus ouvidos não comportariam.
Minha voz cala,
Quando decido dizer com o
Corpo, o quanto te desejo.
Ah, essa minha voz, se procura por dentro
E vem.
Quase inaudível,
Quando te falo ao pé do ouvido.
Minha voz sussurra,
Se mais alta não caberia.
Seus ouvidos não comportariam.
Minha voz cala,
Quando decido dizer com o
Corpo, o quanto te desejo.
Ah, essa minha voz, se procura por dentro
E vem.
Planícies
Quando tinha uns 14 anos, no meio de uma das minhas crises relacionadas ao fato de que eu existo. Minha mãe, me disse, algo mais ou menos assim, já que da memória se deve duvidar: Olha filha, nessa fase da vida você tem muitos horizontes abertos, muitas portas, muitas pessoas, mas saiba que um dia isso acaba e o que fica são as vivências, então aproveite essas portas e janelas e viva, para de sofrer.
Eu fiquei maluca com aquilo, na época tinha um diário, e escrevi em cada página, num misto de revolta e temor dos abismos da vida: Não fechar os horizontes nunca. 365 vezes eu escrevi.
Hoje, vejo que essa tarefa eu cumpri. Meus horizontes estão abertos e as possibilidades de vida continuam tão inimaginavelmente grandes e belas. Fixei meus olhos no horizonte, longe, fundo, intransponível. O que me esqueci, creio que minha mãe se esqueceu, na época, também. Foram dos pés.
Os pés criam raízes sem nos consultar e se não prestamos atenção neles, é perigoso que estejamos presos em pouco tempo. Não falo do solo exterior a própria consciência, mas de outro solo aquele sobre qual nos construímos internamente. Como um pedaço de solo que carregamos conosco, não sei se viram, no filme Love and Death do Woody Allen, o pai do personagem principal, Boris, carrega um pedaço de terra que ele diz ser a terra dele. É realmente um quadrado de terra com grama sobre ele.
Acho que o solo sobre qual nos fundamos é um pouco mais extenso, penso numa planície, mas pode ser um morro, uma montanha, a beira-mar tanto faz em realidade como nos enxergamos por dentro nesse sentido. Os nossos pés fincam raízes em nós. São extremamente ardilosos, nos iludem com a sensação de mudança, iludem nosso coração de ânsias e desejos com falsos passos. É difícil perceber quando é real, quando é miragem. O fato é que eu, porque aqui falo de mim, fique lá, fixa no horizonte, me esqueci dos pés e hoje me dei conta de quão fincados eles estão em mim. Fincados nos velhos sonhos, fincados na ilusão da constância, fincados na luminosidade do encanto de encontros. Meu corpo, minhas percepções vagueiam pelo mundo, encontro a quem amar e pessoas que me amam, posso estar amanhã no Alaska. Mas há algo que aprisiona, porque, afinal, não fugimos de nós mesmo. Estamos estacados em nossas raízes, em nossas planícies, em nossas histórias e acima de tudo nessa nossa ciência de existir, de saber ser vivente, fixados em nosso tempo, com as percepções tão pequeno burguesas que nos rodeiam, ou melhor que me rodeiam (nem todos estão rodeado dela). De alguma forma não consigo deixar de pensar que essa é uma tristeza que nem todos podem sentir, é uma tristeza de classe. Por outro lado, creio que tristeza seja simplesmente tristeza, é a mesma tristeza, a percepção e reação de nosso pés é que é outra.
Ao fim, vá chega de fim (mesmo que não considere uma má idéia acabar, é inevitável, enquanto ser existente sou extremamente grata, mas não vejo problema no fim), ao começo, como ia dizendo, somos nossos pés. São eles que nos levam para cima e para baixo, são eles que nos colocam no mundo. São eles que criam a concretude, já que é com eles que damos os passos. Esse é o problema de se manter fincado nas terras de dentro, se ficamos sempre no mesmo lugar de nós mesmo, como nos enxegar de outra forma que não essa a que nos habituamos e nos é familiar, como olhar para você de outros ângulos, de outras perspectivas, de outras fontes mesmo que sejam outras ilusões.
O problemas das raízes fixadoras é que elas não crescem dos pés elas vem do chão, e se infiltram na sola dos pés, eles permitem, cansam-se dos passos e caminhos. Assim, sem delongas, para dar o próximo passo é preciso cortar a sola dos pés. E sangrar (dramático não?), sair andando em si mesmo, pode ser um caminho sem volta, todos somos labirintos.
Por um tempo haverá rastros e se você se acovardar pode voltar e ficar no conforto de ser você, daquela maneira mesma para sempre, mas depois de algum tempo de caminhada, não há mais caminho de volta e é preciso seguir. Se acalmem, não proponho que cortemos nossas raízes, elas continuaram em nós sempre, nos acompanhando para qualquer lugar que seja, mas que cortemos a sola dos pés, para podermos caminhar por dentro, da mesma forma que caminhamos por fora. É triste que não possamos encontrarmos em nós mesmo, unicamente justificando que estamos presos a nossas crenças por vezes mortas, novas formas de ser. Talvez os homens que cortaram as solas dos pés sejam aqueles que viveram no Absurdo (de Camus), ou melhor com consciência dele, talvez, não sei. Mas, se não o fizermos, meus queridos, será sempre preciso imaginar Sísifo feliz, será sempre preciso que nos imaginemos felizes em nossa pequenas mediocridades e grandezas forjadas diárias. É um caminho, sem dúvida, só não é o caminho que quero para mim. Até logo menos, meus amados, meus não amados. Vou buscar a tesoura de poda!
Aos loucos
Saibam, todos vocês que de louco nada tem
O álcool, os alucinógenos, os relaxantes, os acelerantes.
Nada tem em si de loucos.
A filosofia, as artes, as canções nada tem em
Si de loucos.
De que adianta, queridos, anjos decaídos
Se a música é boa, mas o ouvido ruim,
Se o álcool é de qualidade, mas o estômago ruim,
Se as artes são as melhores, se os olhos procuram por algo específico,
Como um cavalo com freio.
De que adianta se dizer louco, liberto,
Se a moral mora, na casa de dentro,
Se a liberdade do outro é castrada todo dia,
Mesmo sem querer, sem querer é desculpa de criança ranheta,
Mal criada diriam os antigos.
Quero um novo termo, para dizer o que penso,
Uma nova palavra, poderia ser,
Libertouco, ou
Loucatário, ou
Não sei.
Só sei que, é preciso reinventar o louco.
Um pouco, assim, mais despretensioso.
Que saiba ter em si, uma loucura que não aprisiona,
Que nos torna melhores,
Que traz consigo as melhores coisas, as melhores
Possiveis consequências.
Nada de dizer que ama e deprimir o outro,
Nada de fazer, dizer que pode e reprimir o outro,
Nada de estar aqui, e ali e dizer a si mesmo que
Estamos fadados ao fracasso dessa maneira.
Nada de loucuras que não sejam libertação.
(Desabafo não muito poético, eu diria, sobre a mediocridade que nos assola, em que tudo se torna fim para o próprio prazer, seja ele qual for.)
O álcool, os alucinógenos, os relaxantes, os acelerantes.
Nada tem em si de loucos.
A filosofia, as artes, as canções nada tem em
Si de loucos.
De que adianta, queridos, anjos decaídos
Se a música é boa, mas o ouvido ruim,
Se o álcool é de qualidade, mas o estômago ruim,
Se as artes são as melhores, se os olhos procuram por algo específico,
Como um cavalo com freio.
De que adianta se dizer louco, liberto,
Se a moral mora, na casa de dentro,
Se a liberdade do outro é castrada todo dia,
Mesmo sem querer, sem querer é desculpa de criança ranheta,
Mal criada diriam os antigos.
Quero um novo termo, para dizer o que penso,
Uma nova palavra, poderia ser,
Libertouco, ou
Loucatário, ou
Não sei.
Só sei que, é preciso reinventar o louco.
Um pouco, assim, mais despretensioso.
Que saiba ter em si, uma loucura que não aprisiona,
Que nos torna melhores,
Que traz consigo as melhores coisas, as melhores
Possiveis consequências.
Nada de dizer que ama e deprimir o outro,
Nada de fazer, dizer que pode e reprimir o outro,
Nada de estar aqui, e ali e dizer a si mesmo que
Estamos fadados ao fracasso dessa maneira.
Nada de loucuras que não sejam libertação.
(Desabafo não muito poético, eu diria, sobre a mediocridade que nos assola, em que tudo se torna fim para o próprio prazer, seja ele qual for.)
Eu te amo e por isso digo
Todos esses homens e mulheres
Querem pedaços de você meu amor.
Eles te veêm brilhante, radiante e doce.
Ah essa sua doçura, de selvagem aprisionada,
É um êxtase, para quem é civilizado e acredita em contos de fada.
Todos eles acreditam, no teu conto, que não é de fada
É a vida, em suas possibilidades vivida.
Estão vazios e se preenchem de você meu amor.
Aprisionam a sua doçura, a sua liberdade,
Com medo de que você se vá,
Como sei que você é de partida.
Talvez te queiram mesmo mesmo aos pedaços,
Cada com sua parte.
Mas e você meu amor?
Onde fica? Carregará até quando esses homens e mulheres?
Saiba, que minha parte de você é você inteira,
Na sua selvageria, na sua liberdade,
Seja Itália, China, Brasil, seja
Onde for, quero você inteira, não para mim,
Para você!
Não meu amor, não é de propósito ou maldade a vista,
É só, uma solidão, que creia não é sua.
Cada um carrega o que tem carregar.
E
Saiba: eu te amo.
Querem pedaços de você meu amor.
Eles te veêm brilhante, radiante e doce.
Ah essa sua doçura, de selvagem aprisionada,
É um êxtase, para quem é civilizado e acredita em contos de fada.
Todos eles acreditam, no teu conto, que não é de fada
É a vida, em suas possibilidades vivida.
Estão vazios e se preenchem de você meu amor.
Aprisionam a sua doçura, a sua liberdade,
Com medo de que você se vá,
Como sei que você é de partida.
Talvez te queiram mesmo mesmo aos pedaços,
Cada com sua parte.
Mas e você meu amor?
Onde fica? Carregará até quando esses homens e mulheres?
Saiba, que minha parte de você é você inteira,
Na sua selvageria, na sua liberdade,
Seja Itália, China, Brasil, seja
Onde for, quero você inteira, não para mim,
Para você!
Não meu amor, não é de propósito ou maldade a vista,
É só, uma solidão, que creia não é sua.
Cada um carrega o que tem carregar.
E
Saiba: eu te amo.
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