Realezas

Sombra de noite.
Direi: sombra de dia.

Deitado sobre as ínsitas asperezas
De ser gente num tempo como esse.
Caminhas dona aranha?
Com oito patas, sempre oito, sempre passando
De uma teia à outra sem remorso
Pelos aprisionados?

É saudade de casa.
De uma casa metafisica e traiçoeira.
Inexistente.

É um pouco de solidão,
Concreta para o dentro,
Mas sabe-se lá o que é no externo.

É o outro dali que repelimos,
Por ser igual,
E não gostarmos das igualezas,
Realezas e torres da onde apontamos.
Igual criança, desavisada das regras, com dedo indicador.

E rindo: escárnio? Cinismo?
Rindo, pró-seguimos.

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