A boca se cala em silêncio.

Tão longo quanto parece longa uma vida humana.
Tão longo quanto é o longo os primórdios do tempo.
Besteira menino, não faz joça.
Cola os ouvidos no canto da sala e espera.
Espera lá vem, essa fé inabalável de todos os dias.
E não falha.
Os olhos se fecham numa pintura eterna.
Como eternos são os astros.
E você estrela cadente da memória.
Sempre sozinha.

O corpo se cansa.
Em vão adormece mais uma noite.
Vai menino, pega de uma vez.
Engole, deglute, recebe.

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