Flor de maracujá


Já não me pertence a flor
De maracujá.
Cutiveia desde o princípio,
Com tudo que me vinha à mão.
Tesão e suscos.
Saliva e lábios.
Heroina e pele.
Cheiro e você.
Droga das noites, sonhos.
Nunca sonhei muito com  flores.
Preferia tê-las na mão com desejos
E fugas ao alcanse.
Tempo que trás tempo que leva.
Estrada a fora.
Você na minha memória,
E só.
Peito aberto.
E lá no horizonte
Pergunta que  minha boca sua não se atreve a fazer.
Atrevimento que antecede a queda
Que sempre vem antes de você.
Tudo a mesa.
Você passa também, junto com o tempo
E com os outros.
No lugar que te pertence
Fica o pé quase florescendo.
23/12/09
Mira A. Diniz

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