Olha ali moça!
Olha!
Olha?!?
As correntes levam e aprisonam.
Nos rios dos olhos não há escapatória,
Nem salvação.
Olha ali!
Escondida entre as folhas uma criança,
Seus olhos são selvagens.
Ela destila o ódio em suas entranhas pequenas.
Olha...
Não! Tenho medo.
De esquecer, de colocar fogo na minha cabeça
De queimar as lembranças e os miolos.
A madrugada me envolve com cheiro de peixe
Podre.
E mãos não esquentam.
Mas olha li moça.
E se tiver que ir por aquele caminho?
E se tiver que engolir seco e não chorar?
E se tiver que amar de novo?
Olha.
Já amo.
E o tempo que atiçou o fogo,
Há de um dia apagá-lo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário