Quando os amigos fazem falta

A saudade bate desatinada,
com pressa de ver para onde vamos.

Conjuntas, grudas nas entranhas uma da outra.

E eles vem, passeando em memórias, junto vem muita
Água que brota da gente.
Os olhos cansados de tela de computador 
De mensagem no celular.

Os ouvidos cansados do silêncio que os
Quilômetros implacáveis impõe. 
Calando pouco a pouco as vozes.

O corpo que sente a falta, 
O riso das piadas internas que não vem,
A leveza dos encontros.

E acima de tudo aquele calor de se saber amada,
Querida e compartilhada.

Tem coisas que custam da gente.

Insensatez

Teu nome no escuro do quarto,
desfaz.
Tua voz no ouvido ensurdecido,
contradiz.

Minha mão não sabe pra onde vai,
lençol abaixo no meio do caminho,
umbigo.
Minha voz ao telefone não quer,
desmente.

Oceano, sem mar,
tantos.
Quilometro abaixo e a cima, sem sede.
Ainda, espera e anda,
atrás, não sei quem vem,
questiona.

Minha solidez busca de volta e refaz,
desdiz de novo a mentira,
desacredito de novo,
jogos de outono.