Ela


Mexida de meses,
Abril, maio, junho.
Remava com a clareza estúpida
Irreversível.
Agora, não sabe mais o que contem
Naquele fraco de perfume que continha a memória dela.
Ah, o dia clareando calava uma canção que
Ficava insistentemente soando baixinho no canto do ouvido.
Estava tanto a tanto tempo que nunca tinha estado.
Ria, palida e pequena.
Ria roxa e enorme de si e do mundo.
Enquanto passava.
Ignóbil.
Radiante, errante e tão certa de si e,
Ainda assim mais menina e tão mulher.
27/06/2010
Mira A.Diniz