Um ponto de interrogação
Fora das lições.
Me tornei essa espécie
De alvo para onde todos
Apontam o dedo.
Eu nasci na
Lua cheia fora da cidade
Não chorei:
Branca e muda.
Venci os preconceitos e
Era ou sou?
De julgamento em julgamento
Vou saboreando a vida.
Tenho a liberdade dos que sabem
Que até a morte vale pena.
Passo por dois lados e sobrevivo
À eles.
Das mansões aos submundos
que eu quero
É conhecer esse meio sem termo
De que as pessoas vivem.
Não. Não.
Por ser quem eu sou
Aprendi que a minha opinião
Sobre mim mesma,
Vale mais do que os dedos
Que apontam quem eu não
Sou.
Tão turva é a imagem que
Eles veêm.
rio dos seus medos
Enquanto acham que me preocupo.
As cinco horas da manhã ainda acho graça
Que a madrugada não acabou
E amo todos os nasceres do sol.
Mira A. Diniz
27/04/08